sábado, 29 de outubro de 2011

District 9 (2009)

Há 20 anos uma nave alienígena pousou na Terra e desde então nós tivemos que conviver com eles. Confinamos os ets num campo de concentração chamado Distrito 9, não sem antes de uma série de conflitos, mortes e experimentos com eles. Depois de uma série de reclamações de humanos que não queriam os aliens por perto, tivemos que mudá-los de lugar - mas eles não querem se mudar de novo.


Existem várias coisas que fogem do clichê e do lugar-comum em filmes de alienígenas invadindo a Terra em Distrito 9. A primeira delas, talvez, é que a história se passa em Johanesburgo, a cidade mais importante da África do Sul. Basta ligar os fatos para saber que a história é uma grande analogia às políticas de segregação do apartheid - é interessante como os humanos chamam os alien de camarões, assim como os brancos chamavam os negros de macacos. Além de ser uma ficção cientifica mais politizada, aqui não vemos a separação de personagens do bem e personagens do mal. Aqui tanto humanos quanto alienígenas são violentos, lutam pelos seus direitos (ou por direitos que não tem) e pela sobrevivência. O filme é sul-africano e os efeitos especiais, que são muitos, não fazem feio diante de um Transformers da vida. 
A história central é bem básica: um cara da MNU (que é tipo um órgão da ONU) é encarregado de entregar as ordens de despejo para os aliens saírem de seus barracos - o Distrito 9 é muito próximo dos bairros de Johanesburgo; a convivência com os humanos era caótica. Numa visita, ele conhece e discute com Christofer, um et que com seu filho (um lindinho rs) está criando uma fórmula para consertar a nave e voltar para casa, invade a casa dele e entra em contato com um líquido preto, que acaba transformando seu corpo em um corpo de alienígena - e passa a ser visto como uma abominação até pela sua própria família, restando a ele apenas a ajuda dos ets que ele prejudicou (lembrou de Laranja Mecânica?).


O filme tem muita ação e um roteiro bem inteligente - diferente das sci-fies mais recentes, tipo Super 8 ou Cowboys & Aliens. As atuações, dos atores que fazem os alienígenas e os humanos - um elenco bastante desconhecido -, estão bem convincentes, e a história é bem inovadora ao colocar ets e pessoas convivendo e não lutando por um pedaço de terra. A gente acredita o tempo todo que tem uma nave pairando sobre uma cidade da África do Sul, e o nosso amor pelo Christofer cresce em proporção geométrica ao longo do filme. Mas o filme não é perfeito; tem algumas brechas no roteiro e eu ainda não consigo entender como humanos e aliens se comunicam. Humanos falam em inglês e os aliens numa língua extra-terrestre (CÊ JURA) e ambos se falam super bem. Quer dizer, não é que nem o ET do Steven Spielberg, que se esforça todo para falar telefoooooona minha caaaaaaasa.
Distrito 9 é um filme muito interessante e é bastante válido que seja um dos primeiros filmes sul-africanos a ganhar destaque internacional. Como se as cenas de ação não valessem pelo filme todo, ele ainda vem com uma responsabilidade social bem grande. Vale bastante a pena.

Distrito 9 (2009)
4.09/5
Com Sharlto Copley (Esquadrão Classe A), Jason Cope (Juízo Final), Nathalie Boltt (Juízo Final), John Summer (King Kong) e William Allen Young (O Despertar para a Vida)

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