sábado, 14 de janeiro de 2012

Top 3: Musicais esquecidos

Musical nunca foi um gênero que a maioria das pessoas morressem de amores. Galera tem certo preconceito com os personagens que saem cantando em mesas de restaurante, o que acho meio injusto, visto que é um gênero que eu gosto bastante e de quase tudo que lembra ele (curto até alguns musicais que a maioria das pessoas acha sem graça, como Nine e Fame, ou infantil, como o <3 novo filme dos Muppets <3). E quando a gente fala de musicais logo vem a mente aqueles que todo mundo conhece, tipo A Noviça Rebelde ou Moulin Rouge. Mas há aqueles musicais que ficam bem renegados, talvez pelas músicas não serem muito populares ou qualquer outro motivo. Enfim, aqui um top 3 de alguns musicais que a vida deixou mais obscuros que Sweeney Todd.

não tem nada a ver mas eu não queria deixar sem gif

#3 Dancer in the Dark (2000)
Talvez esse não seja um dos mais esquecidos, porque é dirigido pelo Lars von Trier, mas deve ser o mais evitado pela sinopse depressiva, risos. Sério, o coloquei aqui porque dentre os musicais que muitos fãs de musicais não viram, esse chama muita atenção pela história lifechanging; é um dos raros musicais em que as músicas não são sempre os pontos altos. O filme é chocante demais e a atuação da Björk (que eu detesto) tá tão verdadeira, tão crível, que torna o filme ainda mais verossímil. As músicas são bem a cara da Björk, mas não tão ruins assim rs, e os números musicais assumem um ar de fantasia típico dos musicais mais clássicos, como Mary Poppins e Cantando na Chuva. A história é de uma imigrante tcheca que trabalha todos os dias com o objetivo de juntar dinheiro para fazer uma cirurgia no seu filho que tem uma doença hereditária que o deixará cego em pouco tempo. E, durante a noite, ela ensaia os números de alguns dos seus musicais favoritos para esquecer das mágoas da vida.
Vale muitíssimo a pena. Tocante, surpreendente e um dos filmes mais tristes que já vi na vida. Labradores morrendo é fichinha perto desse aí.

Dançando no Escuro (2000)
4.67/5
Com Björk, Catherine Deneuve (Nip/Tuck), David Morse (À Espera de um Milagre) e Joel Grey (Cabaret)

#2 Rent (2005)
Rent trata de um grupo de amigos vivendo no East Side no fim dos anos 80, e usando a arte como protesto pelo pagamento do aluguel. Eles também tem que lidar com as drogas, a sexualidade e a sombra da AIDS.
Esse é um musical em que as músicas ocupam grande destaque e são bem empolgantes. É tudo muito bem coreografado, cantado e tem aqueles momentos musicais misturados com diálogos, que eu curto muito e que não costuma acontecer em musicais mainstream (à exceção de Dreamgirls, por exemplo). Minhas músicas favoritas são "Seasons of Love", "La Vie Boheme" e "Take Me or Leave Me". Aliás, a escolha de cenário também foi muito boa; a NY dos anos 80 está muito bem representada com tudo que a gente costuma conhecer, sem muita romantização. Outro ponto positivo é que o filme deixa bem claro que, ao contrário do que muita gente pensa, não só são os gays, trans e usuários de drogas que correm o risco de ter AIDS: ele mostra donas de casa, heterossexuais, pessoas "comuns" vivendo à sombra do vírus.
Mas o filme tem seus pontos negativos também. A maioria dos atores vieram direto do espetáculo da Broadway, e dá pra perceber que algumas atuações ficaram bastante teatrais. O filme também parece que não foi muito bem dirigido; a iluminação do cenário, por exemplo, às vezes é bem ruinzinha (em alguns momentos não dá pra ver o rosto dos personagens, rs).
Mas, em geral, o filme é uma surpresa muito boa, um daqueles musicais com uma história boa e números musicais ainda melhores. Fiquem ligadinhos.

Rent - Os Boêmios (2005)
3.67/5
Com Anthony Rapp (Uma Mente Brilhante), Rosario Dawson (Percy Jackson e os Olimpianos: O Ladrão de Raios), Adam Pascal (Escola de Rock), Idina Menzel (Glee), Jesse L. Martins (Law & Order), Tracie Thoms (O Diabo Veste Prada) e Wilson Jermaine Heredia (Ninguém é Perfeito)

#1 Les Chansons d'Amour (2007)
Esse é um dos meus filmes preferidos de todos os tempos. A temática, os diálogos, o cenário, os atores, os números musicais, tudo tão bem construído e com uma sensibilidade tão grande e tão invulgar, atípicos dos musicais mais comerciais, que tendem a ser bem dramáticos e grandiosos, fazem desse filme um dos melhores filmes franceses de todos - e, curiosamente, um dos filmes franceses menos conhecidos aqui no Brasil. As músicas são bem melancólicas e funcionam como diálogos e monólogos, apesar de nada ser muito objetivo.
O filme aborda a história de um ménage à trois interrompido por uma súbita tragédia e a reconstrução das duas partes que sobraram depois dela, tudo sob o ponto de vista de Ismaël, que vai ter que reaprender a amar e a se relacionar. 
O filme é de uma sensibilidade enorme (acho que já falei isso, né?) e aborda a sexualidade de uma forma bem natural, o que deixa tudo muito sutil, e a história acaba fluindo muito bem. É tudo bastante crível, os relacionamentos são mostrados da forma que são, cheio de idas e vindas, de altos e baixos (algo que me lembrou "Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos", do Woody Allen, que é um pouco mais cru que Canções de Amor).
Arrisco a dizer que é o melhor filme do Christophe Honoré - que, aliás, ano passado lançou outro musical, fiquem ligadinhos - e do Louis Garrel. Vale completamente a pena.

Canções de Amor (2007)
4.81/5
Com Louis Garrel (Os Sonhadores), Ludivine Sagnier (Peter Pan), Clotilde Hesme (A Bela Junie), Grégoire Leprince-Ringuet (A Bela Junie) e Chiara Mastroiani (A Bela Junie)

domingo, 8 de janeiro de 2012

Les Emotifs Anonymes (2010)

Comédias românticas francesas sempre me encantam. A fotografia, o jogo de cores, a trilha sonora... Tudo! E com Românticos Anônimos não foi nada diferente.


Angélique (Isabelle Carré) tem como a maior paixão de sua vida: o chocolate, e assim ganha a vida numa pequena fábrica de chocolate, na qual Jean-René (Benoît Poelvoorde) é o dono. E no meio desse cenário maravilhoso (e por que não delicioso?) os dois se encontram num desajeitado romance. Desajeitado pois ambos sofrem do mesmo "mal": a timidez, o nervosismo, toda aquela emoção a flor da pele, levando-os a situações engraçadíssimas, a fim de fazer acontecer o amor entre eles.

Uma comédia inocente e um tanto rápida (80 minutos apenas - e o filme tem o ritmo tão bom que parece durar menos ainda!) nos encanta não só pelas personagens (até mãe de Amelie Poulain está aí!), mas também pelos chocolates tão maravilhosos que aparecem no filme inteiro.

Românticos Anônimos (2010)
4.5/5
Com Isabelle Carré (Medos Privados em Lugares Públicos), Benoît Poelvoorde (Coco Antes de Chanel), Lorella Cravotta (O Fabuloso Destino de Amelie Poulain) e Lise Lamétrie (Van Gogh).