domingo, 25 de dezembro de 2011

Sushi For Beginners - Marian Keyes (2004)

Confesso que sou uma amante e tanto de Marian Keyes, suas palavras, apesar de simples, conseguem nos convencer da história de cada personagem de uma maneira incrível e só notamos isso quando nos vemos xingando alguma personagem ou torcendo para o futuro de outra. Foi assim com Férias!, Melancia, e não muito diferente com Sushi.


A história se passa ao redor de três mulheres que têm suas vidas interligadas - não, está longe daqueles clichês de comédias românticas que têm esses encontros um tanto óbvios. Lisa Edwards é aquela típica mulher espetacularmente linda, bem sucedida e incansavelmente uma... bitch. Ok, me desculpe, mas não deixa de ser verdade. Em seguida, conhecemos Ashiling Kennedy, uma moça que se preocupada com tudo e todos, mas a vida dela é quase uma das últimas coisas das quais consegue dar um jeito. Sua melhor amiga é Clodagh Kelly, uma mulher que, aparentemente, possui tudo para ser feliz: um marido apaixonado e bonito, dois filhos saudáveis, uma boa casa... Porém, algo parece não estar indo muito bem, é como um vazio a preenchesse e ela não tivesse muitas saídas.

E assim, o destino mexe com a vida de cada uma delas levando-as a caminhos inesperados. Essa é magia de Marian Keyes, quando nada mais tira da sua cabeça que isso vai acontecer, vem a história e nos conta aquilo. É impressionante!

Mas o que mais me marcou neste livro foi o que estava por trás do desfecho, não que houvesse uma intensa mensagem de moral, mas me deixou consciente de que a felicidade é assim.
Assim como? 

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

The Godfather Saga

Assisti recentemente à trilogia do O Poderoso Chefão e resolvi fazer um post único falando dos três filmes porque #1 eles são uma sequência e se complementam tanto que praticamente são um filme só #2 e isso deixaria o blog mais dinâmico, risos.


The Godfather (1972)

Antes de tudo, para aqueles que nunca levaram a sério (como eu) as pessoas que davam o título de "melhor filme da história" a O Poderoso Chefão e enchiam o filme de elogios, saibam que: eles não estão errados. Sério, o filme é incrivelmente único; são três horas de uma história extremamente densa e cheia de reviravoltas. Se você perder uma fala, o filme todo deixa de fazer sentido.
O filme trata basicamente da saga dos Corleone, uma família mafiosa cujo chefe, Don Vito Corleone, é um influente siciliano que luta para continuar seu império contrabandista em Nova York e se relacionar com outras famílias de mafiosos. 
Essa é uma sinopse rasa, eu sei, que não faz jus ao roteiro de The Godfather, um dos mais simples e bem articulados já escritos. Mas o filme me conquistou mais por detalhes e por alguns momentos, que são épicos. O início dramático com um homem dizendo a frase "eu acredito na América" e logo em seguida fazendo um discurso contraditório, mostrando que a América pode ser hostil ao seus visitantes; a trilha sonora sempre tensa, casando direitinho com as conversas ameaçadoras; e, acima de tudo, a atuação lifechanging de Marlon Brando. Sério, não dá para imaginar nenhum outro ator no papel de Don Corleone. A gesticulação cansada, os risos raros, a voz rouca que consegue ser amedrontadora e ao mesmo tempo afetiva. Aliás, o título funciona bem mais na versão original, O Padrinho, porque, para além de ser o grande chefe, Corleone era um padrinho para toda a comunidade italiana em NY, sendo bem amoroso para sua família e amigos - e bem ameaçador para quem não pertence a nenhum dos dois grupos. 

Enfim, o filme vale completamente a pena. É possivelmente um dos melhores filmes que eu vi na vida - todos os momentos com o Al Pacino, com a Diane Keaton (que eu amo desde Annie Hall) e com o <3 Marlon Brando <3 são sensacionais, emocionantes, tensos e dramáticos. Uma pena que só vi essa maravilha agora.

O Poderoso Chefão (1972)
4.98/5
Com Marlon Brando (O Último Tango em Paris), Al Pacino (Scarface), Robert Duvall (Impacto Profundo), James Caan (Nova York, Eu Te Amo) e Diane Keaton (Noivo Neurótico, Noiva Nervosa)
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The Godfather: Part II (1974)

São raras as vezes em que uma sequência é tão boa quanto ou ainda superior a obra original, e a parte 2 da trilogia do Godfather certamente está nesse grupo. Muitos discutem qual é o melhor, o primeiro ou o segundo, mas isso não é tão importante assim, já que ambos os filmes são maravilhosos. No segundo filme da trilogia, a gente acompanha os novos rumos da família Corleone, com o Michael (interpretado pelo Al Pacino) se tornando o novo Don. A família agora se mudou para Lago Tahoe e Michael tenta ampliar os negócios da família para a costa leste e Havana. Paralelamente, acompanhamos a história da ascensão de Vito Corleone (feito dessa vez pelo Robert De Niro), cinquenta anos atrás, sua chegada a América e a construção da sua família.
Enfim, o filme é fantástico! A junção das duas histórias (o difícil começo de Michael na liderança da família e a vida de Vito antes de se tornar o grande Don Corleone) funciona muito bem e, se a primeira e principal é muito boa, a segunda é excelente. O início da vida adulta de Vito na Nova York dos anos 10 é perfeito; a relação dele com a mulher (a cena dele dando uma pera para ela é uma das mais bonitas), com o filho e com os amigos que ele vinha fazendo; a inserção dele no mundo "do crime", tudo foi muito bem abordado, e a atuação do Robert De Niro está ainda melhor que em Taxi Driver. A história de Michael também é ótima; o novo Don não consegue expandir seus negócios e manter uma relação boa com a família como o antigo fazia, o que torna tudo muito dramático e imprevisível. Al Pacino tem nesse filme a melhor atuação de sua carreira, e consegue ser ainda mais badass que o Corleone original.

O Poderoso Chefão: Parte II é tão épico e marcante quanto o primeiro. É um filme de quatro fucking horas, mas que tem um ritmo muito bom e os diálogos e situações são quase todos muito tensos. E apesar de ter menos cenas sangrentas que o primeiro, todas são bastante recompensadoras, rs. Vale tanto a pena quanto o primeiro - a imagem de Michael como o novo padrinho é super marcante e as cenas de discussão entre ele e a mulher são i-nes-que-cí-ve-is. 

O Poderoso Chefão: Parte II (1974)
4.99/5
Com Al Pacino (Treze Homens e um Novo Segredo), Robert De Niro (Taxi Driver), Diane Keaton (Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro), John Cazale (O Poderoso Chefão) e Robert Duvall (Apocalypse Now)
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The Godfather: Part III (1990)

Muitos dizem que essa é a pior parte da trilogia. Bom, eu prefiro vê-la como a menos melhor, porque eu gostei bastante. É o filme menos marcante dos três, com poucas sequências memoráveis ou cenas sensíveis. Mas é o que tem o maior número de pancadaria, de explosões e de lavação de roupa suja. 
A história também é a menos interessante dos três filmes: no início dos anos 80, divorciado da esposa, Michael tenta legalizar os negócios da família, apesar de ainda lidar com negócios sujos com grandes mafiosos e com o Vaticano, e lidar com alguns grandes inimigos.
A Parte III é a que mais faz jus as raízes italianas da família, com muitas cenas em italiano passadas na Sicília e longos momentos dedicados à ópera. O Al Pacino envelheceu mal, mas sua atuação continua ótima (embora na Parte II ele esteja melhor), com ele segurando muito bem as partes mais dramáticas do filme, e a atuação da Diane Keaton também continua muito boa, já que aqui ela aparece um pouco mais. Apesar de não ser um filme de atuações maravilhosas como os anteriores, as relações familiares continuam bem abordadas.
O filme tem também algumas cenas longas demais e diálogos meio monótonos, além de algumas atuações bem fraquinhas, como a de Sofia Coppola - que aliás é filha do diretor.

Enfim, a última parte da saga lendária dos Corleone não deixa de ser ótima, apesar de não ter o mesmo charme dos anos 40/50 nem muitos momentos marcantes. Apesar de ter alguns problemas, o filme merece ser conferido; a produção e roteiro são bons e o final é lindo. Mas mais lifechanging que o Marlon Brando dando um tapa delicioso na cara de um cantor italiano chorão e que o Al Pacino gritando loucamente com os amigos, inimigos e com a esposa... definitivamente não é.

O Poderoso Chefão: Parte III (1990)
4.89/5
Com Al Pacino (Perfume de Mulher), Diane Keaton (Uma Manhã Gloriosa), Sofia Coppola (Star Wars: Episódio I: A Ameaça Fantasma), Andy Garcia (Confusões em Família) e Joe Mantegna (Os Simpsons - O Filme)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Amy Winehouse - Lioness: Hidden Treasures (2011)

É impressionante o quanto Amy foi marcante mesmo com uma discografia tão pequena. Depois de sua morte, eu pensei que ficaria nisso mesmo - uma grande cantora com apenas dois grandes álbuns -, mas ela havia feito várias gravações, demos e covers que ficaram escondidos dos fãs por vários anos. Então fizeram um compacto com essas gravações num álbum lindo, que, apesar de ter poucas músicas originais, é repleto do amor que a Amy tinha pelo jazz dos anos 50/60, e que apesar de não ser tão marcante quanto o Frank e muito menos quanto o Back to Black, é um dos cds mais deliciosos do ano.

Amy Winehouse - Lioness: Hidden Treasures
4.47
/5
Lioness: Hidden Treasures não é lá um álbum que você vai se surpreender ouvindo; as regravações são bem ao estilo do Frank, de 2003, e as poucas faixas originais seguem a mesma linha do Back to Black, de 2006. Em compensação, algumas músicas são bem divertidas e razoavelmente surpreendentes, como "Like Smoke", que ela canta com um rapper aleatório e fica ecoando na cabeça depois de você ouvir. "Our Day Will Come" tem umas batidas de reggae bem legais e "Will You Still Love Me Tomorrow" tem um dos refrões mais deliciosos e uma daquelas letras melodramáticas que a gente adora. "The Girl From Ipanema" é. a. coisa. mais. linda. É bem mais agitada que a bossa nova original, mas ficou uma maravilha na voz da Amy. A melhor música do disco é, inegavelmente, "Body and Soul", um dueto dela com o Tony Bennett - dois cantores bem distintos, mas com vozes maravilhosas. É provavelmente o pico emocional do álbum, uma das faixas mais sentimentais e dramáticas da discografia da cantora. 
Lioness tem também demos ótimas, como "Tears Dry" e "Valerie", e regravações um pouco fraquinhas, como "Half Time", do Frank Sinatra, e "A Song For You", do The Carpenters, que são bem melhores nas versões originais. Já algumas composições originais, como "Best Friends, Right?" e "Between The Cheats", são bem divertidas.


Enfim, Lioness: Hidden Treasures é um daqueles álbuns ~para matar a saudade~ da cantora inglesa que reinventou um gênero praticamente esquecido. Amy exibe sua voz majestosa e deixa a gente triste por ter saído de cena tão rápido. Não é um dos melhores lançamentos do ano e não chega a ser tão inesquecível quanto os anteriores, mas é uma delicinha e uma das provas de que Amy foi e sempre será uma das melhores coisas que já surgiram desde sempre.
Ouça: "Will You Still Love Me Tomorrow", "Body and Soul" e "The Girl From Ipanema"

sábado, 10 de dezembro de 2011

My Fair Lady (1964)

Nuna noite chuvosa em Londres, um arrogante professor de fonética conhece Eliza Doolittle, uma vendedora de flores que fala terrivelmente mal. Quando ela vem lhe pedir para que ele a ensine a falar corretamente, um amigo do professor aposta com ele se ele conseguiria transformá-la numa dama num curto intervalo de tempo.
Essa é a história de Minha Bela Dama, filme considerado um dos maiores clássicos entre os musicais de todos os tempos, que tem como protagonista a linda da Audrey Hepburn, um dos rostos mais conhecidos/adorados de Hollywood.

<3 <3 <3
Sabe aqueles filmes ingênuos que ganham mais pela simpatia com que a história é contada do que pela própria história? Então, Minha Bela Dama é um desses. É um filme típico da década em que foi produzido, com cenas longas, diálogos divertidos e roteiros bem leves. A atuação da Audrey Hepburn está muito boa; ela consegue fazer a gente rir bastante com o sotaque esganiçado dela e seu comportamento. A maioria dos números musicais são ótimos - apesar da Audrey ter sido dublada nas músicas, rs - e funcionam no filme, sendo bem naturais e divertidos. Todos os personagens são bacanas - exceto o pai da Eliza, que é um saco - e até o Professor Higgins, um personagem arrogante e misógino que tem mais números musicais do que deveria, é divertido. O filme tem TRÊS FUCKING HORAS de duração, mas a história flui tão sutil que a duração nem parece tão assustadora - no meu mundo, só O Poderoso Chefão tem o direito de durar tanto, e olhe lá.

"i ain't dirty! i washed my face and hands before i come, i did."
Apesar de ser um filme bem leve e inocente, senti falta de momentos épicos, entende? Afinal, ele ganhou o Oscar de melhor filme, vencendo inclusive de Dr. Fantástico, clássico do Kubrick. O filme tem um tom meio romance/pastelão que funciona muito bem, mas não o suficiente para que ele seja considerado um grande clássico. Além disso, o filme demora um pouco para chegar no seu ápice, e, quando chega, é meio decepcionante. E o final, apesar de fazer todo sentido, é meio forçado demais.
Enfim, Minha Bela Dama é um feel good movie enorme bem leve e bonito, com interpretações ótimas e músicas bem agradáveis, apesar de tudo ser um pouco impregnado com o sexismo da época. Achei melhor que Bonequinha de Luxo, outro pequeno clássico com a Audrey, e inferior à A Noviça Rebelde. Mas vale completamente a pena.

Minha Bela Dama (1964)
3.79/5
Com Audrey Hepburn (Bonequinha de Luxo), Rex Harrison (Cleópatra), Stanley Holloway (O Mistério da Torre) e Wilfrid Hyde-White (Adorável Pecadora).